#35

[...]
C.
(...) Por favor, venha comigo. Não posso ir sozinha.
Sentada no comboio a arder. Apertada entre passageiros.
A parar em todas as estações. Quando queria ter asas.
Não posso. E vem-me o passado à lembrança. (...)
A capela enfeitada com grinaldas e liláses. O almoço de festa.
Parentes. Amigos. A tarde no parque com músicas, danças,
jogos, flores. Leva-se o passado na bagagem. A memória
vai atrelada à cauda do comboio. E depois vem o remorso.
[...]


(C. Júlia - 25 anos)


A. Strindberg | Menina Júlia
(J. A. Osório Mateus | a regra do jogo)



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