“Esmola para Pedro Cem que tudo teve e nada tem!”

Nas traseiras do Palácio dos Terenas encontramos a Torre
de Pedro Sem, também chamada Torre do Palácio dos Terenas.
Em certos textos é ainda intitulada erroneamente Torre da Marca,
mas esta última trata-se de uma torre militar mandada construir
por D. João III em 1542 para orientar os navios que entravam
na barra do Douro. Esta torre, erguida na primeira metade
do século XIV, situava-se na Quinta da Boa Vista, nos arredores
do burgo medieval. O responsável pela sua construção foi
Pero Docem (ou Pero do Sem), fidalgo aragonês que foi
Chanceler-mor de D. Afonso IV, como forma de assinalar
a sua quinta (mais tarde apelidada pelo povo de “Quinta
da Boa Vista”), nos arredores do burgo medieval. Um dos
seus descendentes venderá a sua propriedade à família Brandão,
encabeçada por João Sanchez e Isabel Brandoa, no final
do século XV. Será esta família a responsável pela anexação
do Palácio dos Terenas. No Renascimento, existiu aqui
o Hospital dos Epidemiados, usado para o isolamento
de doentes. A torre ficaria associada, contudo, a um outro
burguês, Pedro Pedrossem da Silva. Este último foi um mercador
hamburguês rico, director da Companhia dos Vinhos
e Juiz de Confraria.

Uma lenda popular conta que Pedrossem teria caído na ruína
por ter desafiado Deus. Quando viu do topo da torre as suas
naus entrando na barra do Douro terá exclamado: “Agora,
mesmo Deus querendo, eu não posso ficar pobre!”. Nesse
preciso momento uma tempestade abate-se sobre a frota,
e Pedrossem será forçado a mendigar para o resto da vida,
dizendo: “Esmola para Pedro Cem que tudo teve e nada tem!”.
O que é certo é que Pedrossem terá mesmo perdido a sua
fortuna, embora nunca tenha mendigado.
(@ wikipédia)

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